Resenha crítica
Muitos Gostaram, outros detestaram.
O filme em questão, Bruna Surfistinha, não se propõe como arte. É uma crônica de costumes que tem um objetivo: atrair público curioso em relação ao meio da prostituição, e aqueles que gostam de ver sexo simulado e nudez moderada sem ferir o "bom gosto" dos "homens de bem"... A linguagem é linear, as análises não se aprofundam, os personagens são tipificados, as falas são geralmente meramente descritivas e, de resto, explora-se a beleza, nem que seja para apimentar as imaginações puritanas. Voyeurismo, apoliticismo e moralismo em doses variadas, qualquer coisa, menos arte. Comércio! Como a prostituição.
A opção pela prostituição é dada como saída viável para encontrar uma colocação no mercado, e fugir às condições essenciais à personagem Bruna: carência de amizade e amor quer da família quer dos amigos; falta de dinheiro; falta de destaque social. As discussões mais relevantes ficam no meio do caminho, não há uma crítica de valores da sociedade que, enquanto condena atitudes desviantes, vistas nelas boas oportunidades lucrativas.
Há uma indústria da prostituição: boates, motéis, "saunas" e agências; ela gera empregos também na indústria da moda, bebidas, cigarros, drogas.
O centro de tudo não é a moral, mas o dinheiro! O filme é mais um subproduto dessa lógica: isso aqui dá lucro, pensaram os produtores. É o cinema de programa, cinema-prostituta. O contraponto não é a moral, mas para o cinema o ponto de vista é artístico.
Achei o filme completamente insuficiente em todos os aspectos.
E fica a questão: O cinema comercial vende caro um conteúdo barato?
Você pagaria quanto para ver?
Francamente.
A Sociedade de hoje padece por mentes ignorantes, e pessoas medíocres.
Pessoas que desconhecem seus valores.
Pessoas que não se dão mais ao respeito e não exige de ninguém tal