Resenha Crítica: A escola do homem novo
SP: Ed. UNESP, 1996, 207 páginas.
O século XVIII é um período de extrema importância para a compreensão de nossos dias. Enquanto que na Inglaterra, a Revolução Industrial iniciava um processo que viria a influenciar todo o modelo econômico do século XIX, a França contribuía com a ideologia e a política, resultantes de sua revolução. No caso francês, a mudança foi bem mais radical, visto que a burguesia revolucionária vislumbrava o rompimento total com seu passado político, econômico e social recente – o chamado Antigo Regime – fincando seus novos conceitos que bebiam na fonte dos pensadores iluministas: Rousseau, Voltaire, Condorcet, D’Alembert, Helvetius, Diderot, entre outros. Isso exigia uma nova orientação aos homens, ou, como pensava Saint-Just, era preciso regenerar o povo para atingir o estado ideal, e adquirir a vertu. Com isso, a educação passa a exercer um papel proeminente, pois através dela o Estado formaria o novo homem. Essa é a síntese do quadro que inspira a professora Carlota Boto a pensar a questão do debate acerca da educação durante o Iluminismo e a Revolução Francesa em seu livro: A Escola do Homem Novo – Entre o Iluminismo e a Revolução Francesa, publicado em 1996 pela editora Unesp. O ensaio propõe idéias sobre a formação do homem para acompanhar os novos rumos tomados pela História desde seu planejamento teórico, até o debate no âmbito político no cenário da França revolucionária. Ainda nos dá a dimensão para refletirmos sobre os sistemas educacionais em outras sociedades influenciadas pela Revolução Francesa e seus ideais, como no caso da América Latina.A pesquisadora e professora paulistana Carlota Boto, nascida em 1961, é uma especialista no tema. Obteve seu mestrado sobre história e filosofia da educação abordando “o discurso pedagógico da Primeira República no Brasil”. Nas palavras do professor Carlos