Resenha crítica de "senhora" de josé de alencar
“Há anos raiou no céu fluminense uma nova estrela. Desde o momento de sua ascensão ninguém lhe disputou o cetro; foi proclamada a rainha dos salões.”
Assim começa a envolvente história de Aurélia Camargo, jovem com 18 anos, órfã e independente, com sentimentos fortes, onde o amor e a vingança caminham lado a lado.
A obra Senhora de José de Alencar traz um intenso conflito psicológico ao apresentar a dramática história de amor entre Aurélia Camargo e Fernando Seixas. Ele, moço belo e pobre, porém deslumbrado pelo dinheiro e pelas festas da alta sociedade, despreza o amor da jovem senhora, por um dote de 30 mil réis, quando esta ainda era pobre.
Diferente das típicas moças românticas de obras literárias da mesma época, Aurélia é apresentada com uma personalidade conflitante. Ora ela é um anjo, com um amor absolutamente renegado, ora outra é um demônio, fria, insensível e vingativa.
Aurélia é uma moça humilde e bela que se apaixona por um rapaz também belo, porém pobre e ambicioso, que a abandona para se casar com outra, por dinheiro.
No decorrer da história, após ficar completamente desamparada depois da morte de sua mãe, recebe uma herança de seu avô paterno e torna-se rica, passando a ser o centro das atenções de toda a sociedade carioca e sendo desejada por todos os homens.
Neste ponto, o autor enfatiza o valor do dinheiro para uma sociedade hipócrita onde cada um vale o que tem e não o que é.
A partir daí, Aurélia decide se casar, ou melhor, decide comprar um marido. Tudo isso não passava de estratégia para se vingar do homem que lhe desprezou.
Sabendo do caráter de Fernando, a moça, através de seu tutor, lhe faz uma proposta irrecusável: um dote de 100 mil contos de réis para que se case com ela. Contudo, o noivo não conheceria a identidade da pretendente até que se realizasse o negócio. Movido por uma certa angústia devido às suas necessidades financeiras, pois havia gastado todo o dinheiro de sua