Resenha critica

1287 palavras 6 páginas
RESENHA
PROFESSORA, SIM; TIA, NÃO: CARTAS A QUEM OUSA ENSINAR
Paulo Freire (1. ed.: maio 1993).
16. ed. São Paulo: Olho d’Água, fev. 2006. 127 p.
ISBN 85-85428-07-04.

Paulo Freire, desde o início de sua vida como educador, optou claramente por estar do lado dos oprimidos, pois conhecia de perto as injustiças sociais que se abatiam sobre a classe mais pobre. Foi pioneiro no Brasil, a partir de meados dos anos 60, na utilização de métodos revolucionários voltados para a alfabetização de adultos que, além de alfabetizá-los, também os politizavam. Paulo Freire foi exilado no Chile, onde continuou sua prática libertária de educação. Em 1980, retornou ao Brasil e deu continuidade às suas idéias de educação libertária e conscientizadora. Em maio de 1997, morreu vítima de um ataque cardíaco.
O autor inicia sua reflexão contando-nos sobre a dialética do pensar e explica como a retomada das reflexões sobre suas obras anteriores contribuiu para a escrita desta obra; como os atos de pensar e escrever não podem ser mecanizados nem dicotomizados, mas que existe uma solidariedade dialética entre um ato e outro, os quais formam o conjunto de saber o objeto pensado, construindo assim o conhecimento de dado assunto.
Posteriormente, o autor toma seu tema predileto, a alfabetização de adultos, pela qual lutou toda a sua vida, mostrando-nos como o analfabetismo é uma castração do ser humano como ser pensante; não é apenas um problema social, mas, na verdade, é uma violência contra o indivíduo. Freire enfatiza, com muita propriedade, que o analfabetismo castra o corpo consciente e falante de mulheres e homens, proibindo-os de ler e de escrever, limitando sua capacidade de fazer uma leitura do mundo e repensar sua própria leitura numa atividade reflexiva que o torne consciente de si mesmo e de sua participação no mundo.
As culturas letradas proíbem o analfabeto de participar da vida social e da assunção da sua plena cidadania e do crescimento e amadurecimento na construção do

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