resenha critica A MERCADORIA
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
Disciplina de Teoria Sociológica I
Prof. Dr. Ricardo Mayer
Ana Videla
Flora Dutra1
Resenha crítica: A mercadoria
O Capital – Karl Marx
1. Um pouco sobre O Capital
O Capital é considerado a obra clássica de Karl Marx (1818-1883). Enquanto produção científica, Marx nunca se posicionou perante uma única disciplina, ao contrário, sua obra é construída a partir de vários pontos de vista com uma impressionante gama de referências desde Shakespeare, os gregos, Balzac, como também um conjunto de economistas políticos, filósofos, antropólogos, etc. – seu conteúdo está baseado em uma extraordinária diversidade de fontes transitando com desenvoltura por elas.
Marx parte de três grandes tradições conceituais para a construção da análise da sociedade capitalista: 1) Bloco da economia política do século XVIII e início do século XIX, desde Hobbes, Locke, Hume até Adam Smith, Ricardo, Malthus entre outros. Sujeitando esses autores a críticas profundas, Marx copiava trechos de suas obras e depois tecia longos comentários apontando faltas, deslizes, e melhoramentos, o que poderíamos considerar de certa forma, uma desconstrução; 2) Bloco da filosofia crítica clássica alemã, que remonta aos gregos. Marx escreveu uma dissertação sobre Epicuro2, então ele estava muito familiarizado na compreensão de como o pensamento grego influenciou a tradição crítica da filosofia alemã (Spinoza, Leibniz, Hegel e outros). De muitos modos, ele usa a filosofia crítica alemã em relação à economia política; 3) Bloco do socialismo utópico. Os grandes pensadores utópicos surgem na explosão de escritores entre 1830 e 1840, principalmente na França. Marx viveu um tempo em Paris e estava em sintonia com o pensamento da época. Não apreciava como os utópicos configuravam a sociedade ideal, sem qualquer tipo de plano para alcançá-la.
O quadro conceitual acima não serve apenas para