RESENHA CR TICA AMIGO DO RICARDO CERTO 2

RESENHA CRÍTICA

MONARQUIA PLURICONTINENTAL E REPÚBLICAS: ALGUMAS REFLEXÕES SOBRE A AMÉRICA LUSA NOS SÉCULOS XVI–XVIII

O texto é escrito em parceria onde os dois autores (João Fragoso e Maria de Fátima Silva Gouvêa) apresentam alguns pontos em comum, como o uso da ideia de autogoverno da concepção corporativa da sociedade enquanto ferramenta teórica para a compreensão da organização social colonial na América lusa; o de redes governativas na gestão do império ultramarino e a ideia de monarquia pluricontinental.
O texto, Monarquia Pluricontinental e Repúblicas: algumas reflexões sobre a América lusa nos séculos XVI-XVIII, inicia-se nos trazendo dados e nos forçando a refletir sobre como era a sociedade brasileira no início da colonização, o sistema escravagista que em um século trouxe para as terras brasileiras milhões de pessoas de variadas culturas e credos.
Estima-se que a população da América lusa tenha aumentado de 100.000 em 1600 para 1.500.000 habitantes em 1766. (p.38) O problema levantado pelos autores é entender como se organizavam esse, apenas os reinóis e os ilhéus comungavam da mesma monarquia católica e corporativa, mas não necessariamente partilhavam dos mesmos sistemas e práticas costumeiras de organização familiar e de transmissão de patrimônio.
Os autores afirmam que esse amalgamo que teria tudo para dar errado se transforma numa sociedade organizada conforme normas do Antigo Regime (monarquia, catolicismo, ideia de autogoverno etc.) reconhecidas por todos e tendo por base uma economia escravista. A discussão é uma crítica aos estudos que simplificam esse período como projeto mercantil combinada à coerção da escravidão.
“Desde a década de 1970, alguns trabalhos vêm questionando o “esquematismo excessivo” na história do Brasil colônia. No caso, a sociedade brasileira se resumiria em senhores e escravos, e colônia seria um simples corolário da expansão mercantil europeia. Até fins dos anos de 1980, tal questionamento