RESENHA - Abril despedaçado

Direito- Noturno 18/03/2014

Abril Despedaçado

O filme relata a história de duas famílias, Ferreira e Breves, que são rivais, o ambiente é nordestino, marcado por uma disputa de terras, muita pobreza, sem estudos, sem posses, sem oportunidades na vida, e com suas tradições, uma delas, seria a de o filho mais velho matar o outro da família rival, e esperar uma camisa amarelar, como forma de existir um período de trégua entre as famílias, a camisa do filho que iria morrer deveria ficar pendurada ao vento e quando o sangue amarelasse significava que o tempo havia acabado.
E nesse ciclo chaga a vez dos Breves Tonho, que deve vingar a morte de Inácio. Ele vai ao encontro do assassino do seu irmão e o mata depois de persegui-lo. Como não há polícias, quem acaba sendo o legislador é o pai da família, baseando-se na “Lei do Talhão” (Olho por olho, dente por dente).
Podemos perceber que o filme tenta mostrar como era a sociedade antiga, as leis eram de acordo com o que eles tomavam como certo, os costumes e tradições que foram repassadas, olhando como o caso da camisa como uma certa “crença” de que se isso não fosse feito o filho morto perderia sua honra. Fica claro que suas disputas de terras não passavam de ser o Coronelismo, o chão naquela época era a maior riqueza. Toda a história decorre no ambiente familiar, ali se trabalhava, eles não tinham outras opções. O executivo, era a própria família, normalmente o irmão mais velho. Os filhos tinham o papel de advogados, por isso não existia uma força maior, não havia a presença do estado por isso acabava se fazendo a justiça com as próprias mãos.
Essa é a conclusão que o filme traz aos universitários de Direito, a importância do estado para a humanidade, pois é ele que protege a sociedade e da limites para o convívio social, se cada um tomasse como correto aquilo que lhes foi passado o mundo estaria um caos.