Reportagem
Reportagem não é notícia grande. Certamente é uma grande notícia porque sem um fato importante, um grande fato, não se tem reportagem de interesse para o leitor.
Na definição de Amaral (1997) “reportagem é a representação de um fato ou acontecimento enriquecida pela capacidade intelectual, observação atenta, sensibilidade, criatividade e narração fluente do autor”.
Para Alberto Dines, “a reportagem também é uma arte porque nela entra toda a bagagem subjetiva de quem a faz”. Muitos autores situam a reportagem a meio caminho da literatura, na verdade já dentro da literatura como se pode notar, inclusive, na modalidade do livro-reportagem que faz tanto sucesso, mesmo quando o volume ostenta 500 páginas e mais, tamanha a leveza do texto e a habilidade de narrar os fatos jornalisticamente.
No dia-a-dia da imprensa, um texto maior - nestes apressados tempos da informação on line - precisa se justificar para ser lido. Justificar-se por si mesmo, sendo um bom assunto, e justificar-se através de sua construção lingüística e de sua programação visual. Do contrário, não será lido, apenas ocupará o caro espaço do jornal.
Quando o repórter conta com um espaço maior, não basta ampliar a notícia com "cascatas" ou "enchendo linguiça". O leitor não é bobo. Ele está cada vez mais exigente. E antes dele há o editor cobrando qualidade o tempo todo. A reportagem é o caminho para a consagração de um repórter logo em seus primeiros anos de carreira. Mas também é a sepultura de quem tem preguiça de apurar. Pesquisar, checar dados, rechecar com outras fontes, cruzar informações, descobrir mentiras antes que elas sejam publicadas, enterrar-se em calhamaços de documentos, pedir ajuda a quem entende para estudar papéis técnicos e balanços, andar muito, ouvir muito, perguntar muito e ter a sorte de contar com uma boa equipe, com um editor competente e um programador visual ainda mais...eis o caminho da boa reportagem.
É preciso sorte, também, para estar numa