Religião e Mitologia Gregas
A religião grega era uma religião coletiva, das cidades-estados, que vivia de manifestações externas e de práticas que excluíam o misticismo de caráter individual, ou seja, é uma religião de Estado ou um fenômeno social. Era um dos traços de união de todas as pólis. Nesta religião, pode distinguir-se um conjunto de correntes místicas, nas quais os crentes, depois de terem ultrapassado a fase dos ritos de iniciação, participavam nas cerimónias sagradas. Os Mistérios de Elêusis representam uma destas correntes da religiosidade grega, sobre a qual pouco se conhece, pelo fato de se revestir de um forte secretismo, mantido ao longo de muitos séculos, sendo destronada apenas pelo cristianismo. Todos os cidadãos atenienses eram iniciados nestes mistérios; só depois eram aceites os restantes gregos e, por fim, os imperadores romanos, como foi ocaso de Antonino Pio. As duas únicas condições impostas aos adeptos deste culto era saberem a língua grega e nunca terem cometido algum homicídio. Alguns autores procuraram encontrar as raízes deste culto agrário, algures no Egito ou em Creta, enquanto outros em Micenas. Os Mistérios eram celebrados anualmente, no mês de setembro, prolongando-se até ao início de outubro. O centro destas festividades era a aparição do hierofante, vestido com os trajes sacerdotais e inundado em luz; isto segundo informações fornecidas por Plutarco.
O Orfismo também era outra das correntes místicas gregas. Um dos problemas levantados pelo estudo desta manifestação religiosa é estabelecer uma relação entre o Orfeu e o poeta, impossível de encontrar antes do século V a. C. O Orfismo tem como práticas doutrinárias o não derramamento de sangue, o vegetarianismo, a teoria de que o corpo é a prisão da alma, e a crença na purificação dos pecados através de ritos. Esta questão tende a complicar-se pois é frequentemente confundida com o Pitagorismo, com quem partilha alguns pontos de vista. O culto dionisíaco, também ele uma