Relação o entre o senso comum e a resolução de problemas sociais_dissertação
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A relação entre o senso comum e os regimes autoritários Por Nicole Santana (106)
Apesar de vivermos em um país de regime democrático, ainda convivemos com os resquícios de um passado autoritário. Em um século já foram presenciadas duas ditaduras, onde o culto ao líder era uma obrigação imposta, sem direito a contestações. Diante disso, é possível observar que o senso comum de muitos brasileiros para a análise de questões atuais está associado a um pensamento anestesiado pelo medo da repreensão, como também, aquele que espera por um milagre.
Os regimes autoritários implantados no Brasil foram um ensaio para a atual mentalidade. A falta de reflexão para a solução de problemas sociais é um desdobramento da obediência cega e da fidelidade absoluta que as potências internacionais exerceram no país e, ainda exercem, mas de uma forma menos violenta e opressora como foi no passado.
Tendo o senso comum modelado segundo as experiências vividas, e o medo de pensar de uma forma mais independente transformado em um padrão de comportamento, ainda assim, existe uma esperança voltada na figura de um salvador para a solução imediata de problemas sociais.
Figura essa, geralmente, personificada em algum político. Em detrimento desse aspecto, a mobilização coletiva resume-se hoje em atos de vandalismo convocados em redes sociais que não promovem a cidadania, mas sim uma visão imatura da realidade do país. A culpa pelo fracasso ou o sucesso do Brasil fica sempre centralizada em uma só pessoa.
Sendo assim, a construção do senso comum apesar de ser um processo longo e gradual, e passar por momentos históricos, ele não pode ser utilizado para examinar o contexto do país. Mas sim, o exercício ao questionamento e a busca por respostas podem ser o início de uma consciência mais sólida e crítica do quadro social do Brasil. E conseqüentemente, refletirá num comportamento mais independente e flexível de paradigmas cristalizados pela submissão.