Relatório: “A espiritualidade na Idade Média ocidental (Séculos VIII a XIII)", de André Vauchez.

5194 palavras 21 páginas
Resumo:

André Vauchez se propõe, ao longo dos capítulos II, III e IV, a fazer uma abordagem dos movimentos religiosos que configuravam a Igreja católica, das crenças e dos meios de se aproximar de uma cultura sacra, do século X ao IV. O ano mil foi marcado, em seu plano político, como relevante, pela dissolução do sistema carolíngio e a emergência de novas instituições feudo-vassálicas. Já no plano religioso, essa época foi marcada pela forte influência da espiritualidade monástica sobre o povo cristão, influência essa que também fora motivada pela decadência da ordem sacerdotal. André Vauchez aponta que os bispos (aristocratas) viviam como grandes senhores, o que escondia as suas condições de homens da Igreja. Enquanto o clero rural não brilhava nem pelos costumes e nem pela instrução, no clero urbano, o programa de vida comum, imposto pelos reformadores, apresentou um caráter relaxado, pouco disciplinado. Os mosteiros também teriam sofrido transformações. No entanto, o monaquismo foi quem melhor resistiu à crise grave que chegava a ameaçar a existência da Igreja. Os movimentos reformadores haviam se espalhado por diversas partes da Europa, porém, eles não procediam da vontade do poder central. A volta do antigo fervor teria sido consequência das aspirações profundas da sociedade monástica a uma renovação espiritual. Os cristãos acreditavam na eminente dignidade do monaquismo e estavam convencidos em sua superioridade, em relação aos outros estados de vida. Essa nova sociedade agora se dividia em três partes: os oratores (os que rezam), os bellatores (os que combatem) e os laboratores (os que trabalham). E nessa sociedade solidária, o clero encontrava-se em uma posição privilegiada. Aos olhos daquela sociedade, os monges eram os que rezavam mais e melhor, eles acreditavam que o religioso consistia numa categoria fora da vida profana. Se por um lado a aristocracia leiga via-se afastada da massa dos trabalhadores, por outro ela vivia em constante contato

Relacionados

  • Fichamento
    81598 palavras | 327 páginas
  • História medival
    22625 palavras | 91 páginas
  • Os selvagens e a massa
    22583 palavras | 91 páginas
  • LeGoff - O homem medieval
    155024 palavras | 621 páginas
  • Livro O Homem Perante A Morte Philippe Aries
    133649 palavras | 535 páginas
  • Antropologia
    145584 palavras | 583 páginas
  • A escrita da história
    145585 palavras | 583 páginas
  • A Mulher na História
    121664 palavras | 487 páginas
  • As Relações Entre Cristãos E Muçulmanos Na Península Ibérica
    64577 palavras | 259 páginas
  • MAGNOLI Hist ria da Paz
    158282 palavras | 634 páginas