Relatos de Viagem
Finalmente conseguimos visitar uma célula. É um pequeno mundo, totalmente cercado por uma fronteira (membrana plasmática) bem controlada, que regula tudo que entra e que sai. O acesso pode ser feito por diferentes tipos de portão. Alguns são como as portas giratórias de lojas ou bancos, que permitem atravessar a fronteira em um piscar de olhos; em outros, um funcionário da alfândega de lá nos agarra e nos empurra para dentro (ou para fora, se já estivermos lá dentro) (membrana transportadora), mesmo que não queiramos. Há um incrível trânsito de matérias-prima e de energia nas fronteiras dessa cidadela, pois sua vida depende totalmente de produtos importados (Bomba de potássio *sódio). É verdade, também que há alguns produtos internos (Bomba de *potássio) que são exportados e, segundo se diz são muito requisitados no exterior.
O lugar é organizado, como já tínhamos ouvido dizer. Há túneis e canais (reticulo endoplasmático) que levam a todas as partes, garantindo um trânsito rápido e fácil. Além disso, esses canais estão diretamente ligados às fábricas(núcleo), nas quais são produzidas matérias primas necessárias ao dia-a-dia(lipídios e gorduras) e também produtos para exportação; estes são levados a centros de armazenamento (complexo de golgi) e de estocagem, onde ficam até a hora de serem exportados.
Há encarregados de limpeza e de consertos(lisossomos e peoxissomos), que eliminam os resíduos e mantêm tudo limpo e em perfeito funcionamento. Mas, o que chama mesmo a atenção, são as usinas de produção de energia (mitocôndrias). Perguntando porque havia tantas, soube que aqui se adota um modelo descentralizado: em vez de uma única usina grande, há dezenas ou centenas de pequenas usinas (mitocôndrias), distribuídas por toda parte. A energia da matéria-prima que chega a uma usina é extraída e convertida em pequenos pacotes energéticos, com um rótulo onde se lê: “ATP*”. Usa-se * em todos os lugares, como uma espécie de “moeda energética local”,