Relatorio de estagio na educação infantil
Prof Nascimento
Numa pequena aldeia, havia um homem que aprendera a fazer chaves. E as fazia tão bem que logo lhe apareceram vários candidatos a aprendiz. Uma chave presa a um cordão era o certificado de conclusão do aprendizado com aproveitamento.
O artesão estava cada vez mais feliz com sua arte. Na verdade, estava tão feliz que mal percebia a decepção dos seus ex-discípulos. Estes, após terem viajado mundo afora, retornavam desanimados, atirando suas chaves aos pés do antigo mestre.
Eis que, após muito tempo, começou a ficar incomodado com o que denominava ingratidão.
Precisando de aconselhamento, subiu a montanha e procurou o sábio eremita. Queria saber por que as pessoas são tão ingratas para com alguém que tudo faz por elas. E contou o caso da devolução das chaves.
O eremita ouvia atentamente e, quando o interlocutor terminou sua exposição, nada disse por alguns segundos, que pareceram ao artesão uma eternidade.
— Bom homem — começou o ermitão, alisando sua barba longa e encanecida —, a vaidade é o grande pecado daqueles que julgam ensinar. O que você dava aos seus discípulos não era ensinamento, mas uma exibição de arte e poder. Você adorava o título de Mestre das Chaves.
O artesão ouvia tudo sem nada refutar, cabeça baixa, as mãos apertando nervosamente um velho chapéu de couro. As palavras do sábio calavam fundo, atingindo-o em cheio. O velho montanhês sabia das coisas da vida. Parecia ler a alma das pessoas.
— Mas eu fiz um bom trabalho. Por que eles não reconhecem isso?
— Bom homem, você nunca parou para avaliar seu trabalho de um ponto-de-vista importante: quando se ensina, o mais importante é o aprendiz. Você, em algum momento, questionou a validade de seus ensinamentos para o crescimento de seus aprendizes? Presumo que não.
O artesão fez um gesto de desânimo, e o ancião da montanha continuou:
— Seus discípulos confiavam em você, e você os traiu. Por onde quer que eles andem, levam sempre
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