REFORMAS
Este artigo* tem como objetivo avaliar a política macroeconômica do governo Dilma Roussef.
Parte-se da constatação de que, embora o tripé (meta de inflação, câmbio flutuante e superávit primário) da política econômica do antecessor da presidente tenha sido mantido, houve uma alteração qualitativa na gestão da política, expressa numa melhor coordenação e harmonização das políticas monetária, cambial e fiscal. A seguir, são examinadas as mudanças introduzidas na gestão do regime macroeconômico, as quais,contudo, ainda não se traduziram em nova combinação de preços-chave
(juros e câmbio), mais favorável ao crescimento sustentado. Na sequência, são apresentadas algumas considerações sobre as perspectivas da política econômica no contexto de recrudescimento da crise das economias avançadas.
O Regime de política macroeconômica
O exame da gestão macroeconômica nos sete primeiros meses do governo Dilma permite identificar elementos distintivos, na comparação com o governo precedente, que apontam para a melhoria do nível de coordenação das políticas macroeconômicas. Em primeiro lugar, não obstante a manutenção do tripé “regime de meta de inflação, regime de flutuação cambial suja e metas de superávit primário”, houve a opção explícita pelo crescimento econômico como um objetivo central da política econômica. Em segundo lugar, ampliou-se o leque de instrumentos utilizados na condução das políticas monetária, fiscal e cambial, as quais, adicionalmente, passaram a ser tratadas com grau de importância mais simétrico e foram implementadas de forma articulada e harmônica.
* Texto elaborado com informações disponíveis até o dia 12 de setembro. GRUPO DE ECONOMIA / FUNDAP www.fundap.sp.gov.br
6 conjuntura econômica em foco BOLETIM DE ECONOMIA [ 7 ] / setembro de 2011
Mesmo considerando as diferenças existentes entre os dois mandatos do governo Lula, em razão da maior ênfase na estabilidade dos preços nos anos iniciais, é possível afirmar que a