Reflexões sobre a leitura de “A Política como Vocação” de Max Weber
24 de maio de 2013 | Filed under: resenhas
O texto clássico conhecido como “A política como vocação” é fruto de uma conferência realizada por Max Weber em 1918, e publicado em 1919 na Alemanha. O fato de ser uma conferência garantiu certo tom coloquial, mas que nada perde, pelo contrário, o texto é inspirador. Como parece ser uma constante nos clássicos da ciência política, desde Maquiavel, o realismo e a sobriedade são marcas narrativas da obra, como veremos. O problema inicial enfrentado por Weber e que servirá de guia para erguer um arcabouço teórico monumental à ciência política é: a “vocação política” e qual o sentido que ela pode assumir.
Para tal o autor inicia pelo questionamento básico, afinal, o que é política? Assumindo que a palavra possui um amplo e variado leque de sentidos, Weber afasta os significados usuais através da seguinte definição de saída: “por política entendemos tão somente a direção de agrupamento político hoje denominado ‘Estado’ ou a influência que ele exerce nesse sentido”. Ou seja, o conceito de política é reduzido “tão-somente” as ações e fazeres que giram em torno e no interior do Estado. Por sua vez, Estado é definido também de saída como: “uma comunidade humana que, dentro dos limites de determinado território – a noção de território corresponde a um dos elementos essenciais do Estado – reivindica o monopólio do uso legítimo da violência física”. Citando Trotski, Weber concorda que todo Estado se fundamenta na força, sendo o Estado Moderno aquele que a monopoliza legitimamente, tornando-se a única fonte de direito à violência. Por conseguinte, a política é “o conjunto de esforços feitos visando a participação do poder ou a influenciar a decisão do poder, seja entre Estados, ou no interior de um único Estado”.
No entanto, não é por ser legítimo que o Estado não utiliza sua força para a dominação, pelo contrário, para o autor o Estado consiste em uma relação