Reflexão teórica a luz da Psicanálise Freudiana e o filme A Ilha do Medo

“A psicose se depara com a tarefa de conseguir para si própria percepções de um tipo que corresponda à nova realidade e isso muito radicalmente se efetua mediante a alucinação (FREUD, 1924).”

Segundo Roudinesco & Plon, “a psicose foi um termo introduzido em 1845 pelo psiquiatra austríaco Ernest Von Feuchetersleben para substituir o vocabulário loucura e definir doentes da alma numa perspectiva psiquiátrica”. Os autores esclarecem ainda que o termo foi retomado por Sigmund Freud como um conceito, a partir de 1894, para designar a reconstrução inconsciente por parte do sujeito de uma realidade delirante e alucinatória. Freud escolheu a terminologia de Kraepelin para psicose e adotou a ideia de uma dissociação da consciência, a qual denominaria clivagem do eu, mas privilegiando o conceito de paranoia, em oposição à noção de esquizofrenia. A partir daí, ele fez da paranoia uma espécie de modelo estrutural da psicose em geral. Logo após Freud lançou suas notas psicanalíticas sobre um relacionamento autobiográfico de um caso de paranoia, onde a partir deste enunciou uma teoria quase completa do mecanismo do conhecimento paranoico, que lhe serviu para definir a psicose como um distúrbio entre o eu e o mundo externo. Posteriormente, elaborou uma segunda tópica definida como a reconstrução de uma realidade alucinatória na qual o sujeito fica unicamente voltado para si. Partindo desse pressuposto, podemos fazer relação com o personagem de Teddy Daniels, interpretado por LeonardoDiCaprio, no filme a A Ilha do Medo, onde este investiga o desaparecimento de Rachel Solando em uma ilha-presídio, onde se situa um manicômio judiciário. Ele é viúvo e ex militar, em uma importante missão, leva consigo além da astúcia e coragem de um agente federal norte americano, a marca traumática das lembranças dos campos de concentração nazistas que servira no exército durante a segunda guerra. Essas lembranças o atormentam fortemente, misturando-se a fragmentos de sonhos, visões e