Reda O ENEM 2015
1. Diálogo entre ciência e sociedade
Existe um sentimento cada vez mais enraizado na comunidade de pesquisadores, assim como entre os responsáveis pela criação e implementação de políticas públicas, de que é preciso uma maior integração entre ciência e sociedade. A julgar pelos discursos de cientistas e políticos e por diversas iniciativas do CNPq e das fundações de amparo à pesquisa dos estados (FAPs), essa necessidade parece consensual. No entanto, o consenso acaba por aí. As divergências sobre como esse diálogo deve acontecer são inúmeras e vão desde o público a ser enfocado até quem deveria se encarregar dessa tarefa.
Um bom exemplo da importância desse tema pôde ser visto na recente reunião da Rede Global de Academias de Ciências (IAP), realizada no Rio de Janeiro no final de fevereiro. Esse organismo internacional, que reúne 106 academias de ciências ao redor do mundo, dedicou parte de suas atividades à discussão do que foi denominado alfabetização científica e de como esta poderia ser aperfeiçoada.
Tanto essa reunião da IAP como as opiniões de diversos segmentos deixam claro que o primeiro ponto a ser destacado quando o assunto é divulgação científica é o público-alvo. Parece óbvio, mas nem sempre é levado em conta que existem públicos distintos, com interesses diversificados e, sobretudo, com realidades próprias. Ensinar ou falar de ciência para um adulto é totalmente diferente do que fazer o mesmo para uma criança – algo evidente.
Mas apresentar ciência para um público formado por adultos de mesma faixa etária e nível social também não tem uma fórmula única. Uma notícia sobre pesquisas que ajudam a detectar determinada doença pode, ao mesmo tempo, ser totalmente irrelevante ou despertar grande interesse, o que está diretamente relacionado ao fato de o receptor da informação viver ou não em uma região afetada pela enfermidade.
Um bom exemplo dessa dinâmica ocorreu quando um novo dinossauro do Chile(Atacamatitan