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Aluno
O socorro (Millôr Fernandes)
Ele foi cavando, cavando, cavando, pois sua profissão – coveiro – era cavar. Mas, de repente, na distração do ofício que amava, percebeu que cavara demais. Tentou sair da cova e não conseguiu. Levantou o olhar para cima e viu que, sozinho, não conseguiria sair. Gritou. Ninguém atendeu. Gritou mais forte. Ninguém veio. Enrouqueceu de gritar, cansou de esbravejar, desistiu com a noite. Sentou-se no fundo da cova, desesperado. A noite chegou, fez-se silêncio das horas tardias. Bateu o frio da madrugada e, na noite escura, não se ouvia um som humano, embora o cemitério estivesse cheio dos pipilos e coaxares naturais dos matos. Só pouco depois da meia-noite é que lá vieram uns passos. Deitado no fundo da cova, o coveiro gritou. Os passos se aproximaram. Uma cabeça ébria apareceu lá em cima, perguntou o que havia: “O que é que há?” O coveiro então gritou, desesperado: “Tire-me daqui, por favor. Estou com um frio terrível.” “Mas, coitado!” – condoeu-se o bêbado – “Tem toda razão de estar com frio. Alguém tirou a terra de cima de você, meu pobre mortinho!” E, pegando a pá, encheu-a de terra e pôs-se a cobri-lo cuidadosamente. Moral: Nos momentos graves é preciso verificar muito bem para quem se apela.
1. Responda:
a) O texto que acabamos de ler tem uma moral, qual é o tipo de texto que termina com uma moral?
b) Por que o autor repete a palavra “cavando, cavando, cavando”?
c) De que forma o coveiro tentou solucionar seu problema?
d) A quem ele pediu ajuda?
e) O texto começa com o pronome ele, quem é ele? Como você descobriu isso?
2. Faça a divisão silábica e sublinhe a sílaba tônica. Classifique as palavras de acordo com a posição da sílaba tônica em oxítona, paroxítona ou proparoxítona.
a) Jornal=
b) Carroça=
c) Próximo=
d) Nasceu=
e) Impossível=
3. No poema