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Britadores móveis, conchas trituradoras e tesouras hidráulicas viabilizam a reciclagem de entulhos para reaproveitamento na própria obra
Apesar de o Brasil dispor de legislação para a gestão de resíduos na construção civil, uma visita aos canteiros de obras permite constatar que um abismo ainda separa a realidade das determinações legais. Em que pese a existência de uma resolução do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) sobre o assunto – desde 2002, diga-se de passagem – que ganhou reforço com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), recém sancionada pelo governo federal, a maioria das construções no país ainda é realizada com pouco reaproveitamento do entulho gerado, o que caracteriza projetos com baixo índice de sustentabilidade.
O pior é que, apesar de existirem tecnologias técnica e economicamente viáveis para a reciclagem de entulho, o país continua produzindo resíduos cuja destinação final gera impacto no meio ambiente. O fato desse material não ser reaproveitado também representa uma agressão à natureza na medida em que deixamos de economizar recursos como brita e areia. Cálculos da Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) indicam que o país gerou 91.400 t/dia de resíduos de construção e demolição no ano passado, com crescimento de 14% em relação a 2008.
“A cidade de São Paulo, por exemplo, produz aproximadamente 20.000 t/dia de entulhos e no máximo 10% desse material é reaproveitado”, diz Artur Granato, diretor da Nortec, empresa que atua como distribuidora de equipamentos para as áreas de demolição e reciclagem. Ele atribui essa situação à falta de fiscalização em relação à lei existente, bem como aos custos operacionais que envolvem o processo de reciclagem. “Ainda é mais barato jogar resíduos em aterros, pois a produção de material reciclado é considerada cara, ainda mais em comparação com o preço da pedra britada, no qual nunca se