Reciclagem
TRABALHADOR: PROFISSÃO CATADOR
Há de se reconhecer o inegável trabalho realizado hoje no Brasil pelos catadores de materiais recicláveis. Apesar do pequeno número de prefeituras que declaram que têm programas de coleta seletiva de lixo (menos de 100), eles estão presentes em pelo menos 1900 delas. Isso graças ao trabalho que vem sendo realizado por uma leva de trabalhadores informais dotados de muitos conhecimentos específicos sobre a reciclagem e habilidade para encontrar, coletar, separar e vender os materiais recicláveis. Eles buscam e encontram no lixo uma fonte de receita para a sua sobrevivência.
A riqueza gerada por essa economia informal mostra que os trabalhadores da coleta não institucionalizada de lixo não aguardam uma solução para o problema do desemprego no país. Pode-se notar que, timidamente, do norte ao sul do país, inicia-se um movimento de articulação e de mobilização na busca de estratégias que possam favorecer e dar a esse trabalho um caráter profissional.
Mão de obra, muitas vezes com pouca qualificação, produz o seu sustento e de sua família com a venda dos produtos coletados do lixo nas ruas das cidades e nos lixões. De forma silenciosa, eles lentamente se organizam em associações, cooperativas e buscam ter seus direitos reconhecidos, impondo um sistema de coleta alternativa aos serviços contratados e/ou executados pelas próprias prefeituras.
Os catadores são hoje os responsáveis pelos significativos índices de coleta seletiva no país, fazendo do Brasil um dos campeões mundiais em reciclagem do alumínio.