Recensão crítica sobre a obra " Questions de Rhétorique" de Michel Meyer

1779 palavras 8 páginas
Nota introdutória 1. A obra Questions de Rhétorique de Michel Meyer (1950), professor de Filosofia na Universidade de Mons e na Universidade de Bruxelas, foi publicada em França em 1993 e em Portugal, cinco anos depois, em 1998, por Edições 70, com o tíitulo de Questões de Retórica: Linguagem, Razão e Sedução. Constituída por cinco capítulos, onde se define a natureza da Retórica, se revela a sua evolução ao longo da história, se repensa a sua estrutura e as suas características, esta obra refere previamente que a Retórica é um “instrumento” para dirimir, aparentemente, os problemas entre os homens, libertando-os do recurso à violência. “ Argumentar é escolher o discurso contra a força.” (2014: 12) Assinalada esta qualidade da Retórica, Michel Meyer defende que “a nossa época vive a hora da retórica” (2014: 11). Viver sob o signo da Retórica é, segundo o autor, viver num mundo de liberdade e de incerteza, onde tudo pode ser questionado. É viver um tempo de mudança de pensamento, em que as velhas formas de pensar vão dando lugar às novas. Esta transição de paradigma ou período retórico por excelência, que hoje vivemos, só encontra paralelo com o “advento da democracia ateniense e ao renascimento italiano” (2014: 11). No primeiro caso, com a mudança do Mito para a Razão, da aristocracia para a democracia; e no segundo caso, com a passagem do modelo “escolástico e teológico” para o modelo da “ciência moderna” e antropológico. No entanto, ao contrário do que acontecera no passado, em que foi duramente criticada por Platão (2014: 14) e votada a um certo exílio, a Retórica dispõe, hoje, de melhores condições para se impôr e recuperar o estatuto perdido. Desde logo, pelo facto de o pensamento contemporâneo ser um pensamento “atravessado pela problematicidade” (2014: 13); depois, pelo enfraquecimento das grandes narrativas políticas, económicas, sociais e outras, abrindo o espaço à liberdade de expressão e à

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