Receita
Ambrótipos são fotografias feitas utilizando o processo de colódio úmido. Consistem basicamente de negativos fixados em placas de vidro pintadas ou cobertas por cartolina ou tecido preto atrás, dando a impressão, para o observador, de estar vendo uma imagem positiva.
Colódio é uma substância viscosa feita à base de celulose, possui grande aderência e seca rapidamente. Inicialmente foi usado para cobrir ferimentos de soldados em guerra, mas já se cogitava a ideia de usá-lo como novo suporte para a fotografia devido sua sensibilidade a luz e permeabilidade aos banhos de processamento enquanto úmido. O maior empecilho para sua utilização na fotografia era sua secagem rápida. Para resolver este problema era necessário que o fotógrafo tirasse a foto e a revelasse imediatamente, antes do colódio secar, o que era relativamente fácil nas fotos produzidas em estúdio. Porém, quando se tratava de fotografar fora do estúdio, os fotógrafos eram obrigados a levar na viagem todo o material necessário para produção das fotografias: câmara fotográfica, tripé, objetiva, vidros em grande quantidade, as soluções de colódio, nitrato de prata, revelador e fixador para processar, contentores com água e toda uma parafernália de câmara escura. Apesar do processo ser trabalhoso e um tanto corrido, ele se mostrou mais eficaz do que os métodos anteriores de produção de fotografias, como o daguerrótipo e a utilização de albumina em placas de vidro (que demandava vários minutos de exposição para fotografar, tornando retratos praticamente impossíveis): o colódio úmido possuia uma alta sensibilidade a luz, captando a imagem dentro de 5 a 1 segundo, era barato e sua produção final era um negativo do qual poderiam ser feitas várias cópias positivas em papel de albumina.
Esse processo (descoberto em 1849) foi largamente utilizado, por cerca de 30 anos, na produção de retratos e a possibilidade da obtenção de várias cópias atraiu cada vez mais o interesse do público pela fotografia.