Realismo
Gustave Coubert, que diferente da óptica romântica, que estava em decadência em sua época, crê que a força da pintura está na pintura e não no objeto. Ele anunciará em seu programa de 1847, o realismo integral, abordagem direta da realidade, independente de qualquer poética previamente constituída. Era a superação simultânea do ‘’Clássico’’ e do ‘’romântico’’ enquanto poéticas destinadas a mediar, condicionar e orientar a relação do artista com a realidade. Com isso, Coubert não nega a importância da história ou dos grandes mestres do passado, mas afirma que deles não se herda uma concepção de mundo, um sistema de valores ou um ideal de arte, e sim apenas a experiência de enfrentar a realidade e seus problemas com os meios exclusivos da pintura. Para além da ruptura com as poéticas opostas e complementares do ‘’clássico’’ e do ‘’romântico’’, o problema que se colocava era o de enfrentar a realidade sem o suporte de ambos, libertar a sensação visual de qualquer experiência ou noção adquirida e de qualquer postura previamente ordenada que pudesse prejudicar sua imediaticidade, e a operação pictórica de qualquer regra ou costume técnico que pudesse comprometer sua representação através das cores. O movimento impressionista, que rompeu decididamente as pontes com o passado e abriu caminho para a pesquisa artística moderna, formou-se em Paris entre 1860 e 1870; apresentou-se pela primeira vez ao público em 1874, com uma exposição de artistas ‘’independentes’’ no estúdio do fotógrafo Nadar. A discussão a ser feita naquele momento foi a necessidade de redefinir sua essência e finalidades frente ao novo instrumento de apreensão mecânica da realidade. Édouard Manet ajudou a desenvolver a tendência realista num sentido essencialmente visual, afastando, porém, do integralismo de Courbet e remetendo os pintores modernos à experiência de mestres do passado muito distantes do Classismo acadêmico: