Ramos, fabio pestana. a historia trágico- marítima das crianças nas embarcações portuguesas do século xvi. in: priore, mary del. (org.). a historia das crianças no brasil.5º ed. são paulo: contexto, 2006.

1171 palavras 5 páginas
HISTORIA DAS CRIANÇAS NO BRASIL

“É de conhecimento geral que, apesar de o Brasil ter sido “descoberto” em 1500, suas terras só começaram a ser povoada a parte de 1530 (...) nas embarcações lusitanas do século XVI, crianças também estiveram presentes á epopéia marítima. As crianças subiam a bordo somente na condição de grumetes ou pajens, como órfãs do Rei enviadas ao Brasil para se casarem com súditos da coroa, ou como passageiro embarcados em companhia dos pais ou de algum parente.
Em qualquer condição, eram os “miúdos” quem mais sofriam com o difícil dia-a-dia em alto mar. A presença de mulheres era rara, e muitas vezes, proibida a bordo...
Grumetes e pagens eram obrigados a aceitar abusos sexuais de marujos rudes e violentos. Crianças, mesmo acompanhadas dos pais, eram violadas por pedófilos e as órfãs tinham que ser guardadas e vigiadas cuidadosamente a fim de manterem-se virgens, pelos menos, ate que chegassem á colônia.
“Quando piratas atacavam as embarcações, quer da chamada Carreira do Brasil ou da Carreira da Índia, (...) os adultos pobres eram com freqüência assassinados. Os poderosos, por sua vez, eram aprisionados e trocados por um rico resgate, e as crianças, escravizadas e forçadas a servirem nos navios dos corsários franceses, holandeses e ingleses, sendo prostituta e exauridas ate a morte...” (Pág.19/20);
... Entre portugueses ou outros povos da Europa, a alta taxa de mortalidade infantil verificada em toda a idade media interferia na relação dos adultos com as crianças. A expectativa de vida de vida das crianças português, entre os séculos XIV e XVIII, rondava os 14 anos enquanto “cerca da metade dos nascidos vivos morria antes de completar sete anos (...) as crianças eram consideradas como poucos mais que animais cujas forças de trabalho deveriam ser aproveitadas ao máximo enquanto durassem suas curtas vidas. (Pág. 21); A coroa recrutava mão de obra entre as famílias pobres das áreas urbanas...

Para os pais dessas

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