Questões de economia
INCENTIVO?
Em vez de reduzir os impostos dos carros nacionais, o governo aumenta as taxas dos importados, fazendo, mais uma vez, o consumidor pagar a conta
O governo brasileiro anunciou há alguns dias que colocaria em prática medidas para incentivar a venda de veículos nacionais. A notícia animou os brasileiros, que imaginaram que receberiam algum benefício, caso optassem pelos modelos fabricados no País. Mas a mudança proposta - e já colocada em prática pelas montadoras - é aumentar os impostos para os carros importados, mantendo os nacionais com as taxas atuais.
O esperado por todos, claro, seria reduzir os tributos dos carros nacionais. Isso sim incentivaria as vendas e facilitaria o processo de compra. Mas, agora, além de terem dificuldade para comprar carros nacionais, os brasileiros terão o sonho de comprar um importado cada vez mais difícil de ser concretizado.
O aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os veículos importados deve trazer outra conse-quência desfavorável para o Brasil: a redução, praticamente a zero, da exportação chinesa para o Brasil e dos investimentos das montadoras. As empresas chinesas e de outras nacionalidades devem estar apreensivas quanto à instabilidade da política brasileira, diante de medidas como essa.
Muitos especialistas no mercado automotivo avaliam a medida como desnecessária e afirmam que existem muitas outras maneiras de evitar uma disputa comercial entre os fabricantes nacionais e os estrangeiros, sem que haja prejuízo, o que, neste caso, deve haver para várias partes envolvidas, inclusive os consumidores, que não deveriam pagar por essas manobras comerciais.Até decisões já tomadas, como a construção de fábricas chinesas no Brasil, por exemplo, podem ser reavaliadas, por causa do risco que eles podem correr com essas modificações de mercado. E esses investimentos gerariam emprego e renda para o nosso País, que passou a ter um público que interessa para a