Questionario do Doc. Justiça
1-) A tese defendida pela autora no documentário é a do retrato de grande parte da sociedade brasileira, da camada pobre da população, através do sistema punitivo do poder Judiciário. Para isso, a autora utiliza de imagens das favelas, das prisões, da linguagem dos acusados e familiares em contraste com a linguagem jurídica.
2-) A legitimidade do jus puniendi pode ser explicada na medida em que os homens alienam sua liberdade em troca de proteção por uma convenção em sociedade regrada por leis, sendo que aqueles que perturbam a ordem estabelecida nessa convenção devem ser punidos a fim de não perturbar e infringir a liberdade dos outros integrantes do acordo social.
3-) As noções sobre o ethos se sintetizam pelo caráter que o orador deve mostrar ao auditório através da credibilidade de seu discurso, bem como pela sua imagem perante o mesmo. Dessa forma, no documentário “Justiça” de Maria Augusta Ramos, os juízes desempenharam o ethos de acordo com a profissão que desempenham, pois variaram na utilização de discurso jurídico, como para colocar os fatos no papel, e no discurso informal quando foi necessário questionar os réus sobre os fatos.
Os réus por sua vez não lograram em transmitir credibilidade em seu discurso, muito por conta da classe social a qual pertenciam, o que, de certa forma, contribuíram para a acusação dos crimes dos quais foram suspeitos. Os familiares tampouco possuíam o ethos necessário para defesa dos réus, por seu discurso estar mais penetrado no pathos (discurso pela emoção) e também pelo fato da linguagem se ligar a classes menos favorecidas. A defensora utilizou o ethos adequado para com seus clientes, pois se adequou à linguagem utilizada por estes para construir a sua defesa. Já a promotora não apresentou o ethos discursivo, apenas sua imagem perante o público, e se colocou indiferente diante de todos julgamentos.