Queixas por viol ncia no namoro em meio escolar aumentam em 50
ANA DIAS CORDEIRO 13/04/2015 - 07:34
PSP recebeu mais de quatro participações por dia no ano passado. Eram menos de três em 2013. A subida superou o crescimento do total de ocorrências por violência junto da escola e no seu interior.
Calúnia, difamação através das redes sociais. Injúrias, agressões. Humilhações, em privado ou frente a amigos. Perseguição, controlo de telefonemas e mensagens. Situações deste tipo passaram a ser frequentes nas participações em meio escolar feitas à PSP – ou seja, no interior da escola ou no espaço em redor. Isso não significa porém que esta seja uma realidade nova, mais grave ou mais frequente, diz o subintendente Hugo Guinote, chefe da Divisão de Prevenção Pública e Proximidade da Polícia de Segurança Pública (PSP).
O que está a acontecer é um reconhecimento e uma maior consciência de que certos comportamentos que antes ocultados ou aceites socialmente são censuráveis.
Até 2012, não existia monitorização da violência no namoro. Em 2013, quando passou a haver, a PSP tratou 1050 ocorrências. No ano seguinte, nos estabelecimentos de ensino, públicos e privados, abrangidos pela PSP, houve 1549 queixas por violência no namoro. O aumento foi de 50%.
Ou seja: a PSP passou a receber mais de quatro queixas por dia no ano lectivo que terminou em 2014, quando no ano anterior recebia menos de três por dia. Esta tendência, diz o subintendente Hugo Guinote, é “claramente” fruto da exposição do fenómeno, e da sua maior censura entre pares, também graças a campanhas sobre a violência doméstica feitas junto da sociedade e da escola, orientadas para um público juvenil.
Ao passarem de 1050 para 1549 (mais 499) num só ano, os casos participados à PSP de violência no namoro aumentaram mais do que aumentou o total de participações por violência em ambiente escolar que subiram de 4932 para 5361 (mais 429) – e que foram recebidas no âmbito do programa Escola Segura. Criado em 1992,