Psiquiatria

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Casos de perturbações mentais estão registrados por toda a História e são, desde as épocas mais remotas, citados por historiadores, poetas, pintores, escultores e médicos. Apenas para citar algumas figuras históricas conhecidas, temos os exemplos dos Imperadores Romanos Calígula e Nero, os reis franceses Clóvis II e Carlos VI, este último chamado de Carlos, o Louco, o qual acreditava ser feito de vidro e que inseria pequenas hastes de ferro em suas roupas a fim de prevenir que se partisse em pedaços. Há registros de que em civilizações muito antigas, como Babilônia e Egito, havia indivíduos, muitos deles sacerdotes, os quais descreveram alguns transtornos mentais, mesclando explicações místico-religiosas em suas descrições. Os egípcios, pelo seu conhecimento em anatomia humana, adquirido pelo hábito de embalsamar cadáveres, produziram escritos destacando o papel do cérebro e do útero na origem de transtornos mentais, sendo o termo histeria (de hysteros, útero) utilizado até mesmo em nossos dias.

Na Grécia, algumas doenças mentais eram vistas como sendo vinganças dos deuses, porém com o materialismo grego, passou a atentar mais detalhada e profundamente para aspectos naturais como sendo causadores de doenças mentais, e nessa época foram iniciados tratamentos médicos para alguns transtornos, dos quais não participava a mitologia grega. Empédocles (séc V A.C.) foi um desses precursores.

Hipócrates (460-377 A.C), por muitos chamado de o pai da medicina, foi o primeiro a afirmar que a epilepsia era uma doença cerebral, e, sabiamente, dizia que a cura das doenças se dá com a participação principal da própria natureza, sendo os médicos apenas auxiliares para os processos de cura. Para ele o cérebro era o órgão central e principal do corpo humano, de onde provinham os pensamentos e as emoções. Os seguidores de Hipócrates parecem ter sido os primeiros a produzir uma classificação das doenças mentais. Porém durante o período medieval consta,

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