Psicossomática e as Doenças Auto Imune - uma abordagem analítica
1.1 considerações gerais sobre a psicossomática
Desde a Grécia antiga filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles enunciavam o ser humano como unitário e indivisível. Sob uma visão monista do indivíduo onde fatos objetivos e subjetivos eram concebidos em conjunto como manifestações de uma única entidade.
Angerami-Camon et al. (2000) reconhecem a origem da psicossomática na origem da própria medicina, onde duas correntes divergiam na concepção da doença e do indivíduo. A primeira vem de Hipócrates, século VI a.C,. e da Escola de Cos denominada monista que tem como objeto a pessoa doente em sua totalidade, levando em conta seu temperamento e sua história de vida, a doença é vista como reação global do indivíduo e a terapêutica visa restabelecer a harmonia da pessoa com o seu meio e consigo mesma, correspondendo aos primórdios da medicina psicossomática moderna.
A segunda corrente vem de Galeno, século I d.C., e da escola de Cnide denominada dualista que tem como objeto a doença, vista como algo autônomo ao indivíduo, autenticada por uma lesão anatomoclínica e a terapêutica consiste em localizar a doença no corpo e eliminá-la, correspondendo a uma medicina aos primórdios da medicina cartesiana e reducionista.
Nos séculos XVI e XVII a verdade científica, matematicamente demonstrável, passou a ser vista como absoluta. Crença essa que triunfou com a Revolução Industrial no século XIX. A Era das Máquinas teve início e o corpo humano era concebido como uma máquina, sem considerar aspectos emocionais e sociais envolvidos no processo de adoecer. Consolidando assim o reducionismo biológico da medicina. O modelo biofísicoquímico reduzia o homem a seu corpo, uma máquina regida por leis físicas e químicas.
Angerami-Camon et al. (2000) enfatizam a importância de Sigmund Freud, médico neurologista, que resgatou para a medicina o caráter humano. A partir de sua descoberta do inconsciente e da Psicanálise, Freud provou a importância de compreender o