Psicologia social 2 sobre aplicações da psicologia social pag 407
“Um regime ditatorial-terrorista” marcou profundamente a constituição de um “país novo” partindo de uma nova tendência de desenvolvimento político e econômico. A essa nova configuração, que se apresentou no Brasil a partir de abril de 1964, ele chama de autocracia burguesa.
A autocracia que se consolidou no País pode ser assim chamada pela característica de poder ilimitado e absoluto, perceptível diante do caráter de aniquilamento de qualquer característica democrática que pudesse estar presente no período anterior, principalmente entre o final da década de 1950 e o início da de 1960.
O contexto mundial no qual estava inserido o Brasil, desse período, é preciso que seja reconhecido. Havia uma movimentação, muitas vezes contraditória, no contexto internacional. Uma sucessão de golpes de Estado e um fortalecimento do processo de desenvolvimento do capitalismo mundial, que segundo o autor era fortalecido pelo fi nanciamento norte-americano, apresentando-se como uma ameaça para algumas classes brasileiras: em especial a burguesia que constituía a classe dominante no momento. Com esse contexto, podem-se observar alguns movimentos de libertação nacional e social, partindo especialmente das chamadas classes mais populares que colocam em risco o domínio burguês no País. Diante do panorama em questão é que se organiza a chamada “contrarevolução preventiva”, tendo como justificativas principais: a desarticulação da possibilidade de revolta das massas, a organização de um governo forte e coeso, além de uma defesa da chamada “segurança nacional”. Muitas vezes, essa segurança significava proteger o povo da organização do próprio povo. Algo que é constante na história brasileira da exclusão das massas no processo de desenvolvimento