Psicologia hospitalar
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HOSPITALAR
Caminho...
Os corredores são sombrios, frios...
Sem vida, sem cor, sem calor...
Os corredores são longos, estreitados com a dor...
São longos, mas não o suficiente para acolher a todos os pacientes...
Os gemidos são ensurdecedores, amedrontadores como o silvo da serpente...
São gemidos de desespero, de dor, de sofrimento. É o uivo dos umbrais...
Lá de fora ecoam sirenes de ambulâncias, de viaturas policiais...
Sirenes de desespero, sirenes de esperança, sirenes apresadas, angustiadas...
Lá de fora brotam cores de harmonia, de luz, de amor...
Cores trazidas pelas das esperanças nesse momento de dor...
A saúde também agoniza junto com o paciente, exaurida...
As necessidades do paciente não podem ser supridas...
Faltam condições mínimas de atendimento, de ungüento...
Faltam médicos, profissionais burocráticos, enfermeiros...
Falta tudo, e na falta de todos padece o doente.
A doença no Brasil é vexatória...
A doença torna-se constrangedora, predatória...
A doença faz do paciente uma vítima, vítima da falta de condições do sistema de saúde.
Observo...
Vejo a saúde padecendo juntamente com um amontoado enorme de doentes...
Assisto a saúde enraizando-se como um privilégio de poucos...
Vejo a luz da esperança carreada apenas pelas cores da utopia...
A saúde não existe... existe apenas uma maneira paliativa de assistência para alguns...
Poucos doentes em seu desatino...
O lixo hospitalar mistura-se aos escombros da dignidade humana...
Saúde é dejeto que não pode ser reciclável.
Saúde é bem precioso apenas nas empresas hospitalares.
Quando proporcionam lucros. Grandes lucros...
A mercantilização da saúde exclui aqueles que já foram anteriormente excluídos.
Exclui aqueles que já perderam a dignidade por um nada no mundo.
Lamento...
Observo o ritual lento e aterrorizante de todos os envolvidos na saúde...
Um