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PSICODIAGNÓSTICO – V 19MÓDULO I – Fundamentos
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Estratégias de avaliação:
perspectivas em psicologia clínica
Jurema Alcides Cunha
As sementes da avaliação psicológica, quehoje constitui uma das funções do psicó- logo, foram lançadas numa fase que abrangeu o fim do século XIX e o início do século XX, época que marcou a inauguração do uso dos testes psicológicos. Historicamente, portanto, justifica-se a imagem que o leigo formou do psicólogo, como um profissional que usa tes- tes, já que principalmente testólogo é o que ele foi, na primeira metade do século XX (Gro- th-Marnat, 1999). Atualmente, o psicólogo uti- liza estratégias de avaliação psicológica, com objetivos bem definidos, para encontrar res- postas a questões propostas com vistas à solu- ção de problemas. A testagem pode ser um passo importante do processo, mas constitui apenas um dos recursos de avaliação possíveis.
Psicodiagnóstico é uma avaliação psicológica, feita com propósitos clínicos; portanto, não abarca todos os modelos de avaliação psicoló- gica de diferenças individuais (Cunha et alii,
1993; Cunha, 1996).
Estratégias de avaliação psicológica, como expressão cada vez mais utilizada na literatura específica, aplicam-se a uma variedade de abor- dagens e recursos à disposição do psicólogo no processo de avaliação.
Em primeiro lugar, estratégia de avaliação pode-se referir ao enfoque teórico adotado pelo psicólogo. A avaliação psicológica foi fun-
damentalmente influenciada, durante o sécu- lo XX, pelas principais correntes de pensamen- to que salientaram, cada uma, a primazia do comportamento, do afeto e da cognição, na organização e no funcionamento do psiquis- mo humano.
Na primeira metade do século XX, predo- minaram “conceituações comportamentais e psicanalíticas”, enquanto a segunda metade foi assinalada pela chamada “revolução cogniti- va” (Mahoney, 1993, p.8).
A tais linhas de pensamento corresponde- ram, originariamente,