OS NOVOS DESAFIOS DA REDUÇÃO DE RISCOS Por Lia Cavalcanti Preâmbulo Em um mundo submetido as importantes mudanças induzidas pela mundialização , a precariedade econômica gera novas formas de viver em situação de marginalização social. Um grande número de pessoas encontra-se assim exclusão e de desafiliação social e cultural. Nos bairros populares, a intensificação da pobreza produz formas cada vez mais críticas de precariedade social geradoras de tensões e de violência. A insegurança real, bem como um "sentimento de insegurança" imaginário ou fantasmático, terminam por "criminalizar a pobreza" empurrando nossas sociedades em direção a ideologias de segurança. O usuário de drogas, delinqüente porque consumidor de substâncias ilegais, torna-se então um objeto central destas ideologias. Ao lado do terrorista, "o toxicômano" torna-se alvo dos temores individuais e coletivos. Designado como uma ameaça à ordem pública e a segurança das pessoas, é necessário « persegui-lo » custe o que custar. A pressão social resultante, cujo peso se conhece nos debates públicos ligados às drogas, leva então os políticos, inclusive os mais "lúcidos" dentre eles, a colocar em questão os dispositivos de RDR . Se assiste então ao retorno do discurso moral (que se caracteriza por ser eminentemente emocional), em relação às drogas. Reforçar a repressão e a prescrição de abstinência são os pontos centrais desse discurso. A redução de riscos, fragilizada por uma inscrição insuficiente nos textos legislativos nacionais, encontra-se assim no coração da tormenta e suas bases objetivas tendem a ser redimensionadas. Em um número não negligenciável de países, os recursos financeiros para programas de redução de riscos diminuem ao ponto de por em perigo a sua própria existência. O tempo de uma reflexão crítica se impõe...
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A RDR : SUAS CONQUISTAS E SUAS FRAQUEZAS
A RDR aparece a partir dos anos 1980 no âmbito das políticas públicas de luta contra a toxicomania. Seus objetivos principais são,