Práticas integradoras
Lembremos que os vocábulos traduzir e seus derivados possuem a ideia de “fazer passar, pôr em outro lugar”, mas, discutivelmente, não seria apenas isto. Há o conhecido jogo de palavras em italiano que diz "Traduttore, Traditore", cuja tradução é "Tradutor, traidor". Como traduzir sem trair a língua de chegada e a de partida?
E o que falar da poesia então? É traduzível? O tradutor precisa ser poeta? Apenas procurar sua equivalência, musicalidade ou sua forma e conteúdo? Os questionamentos são extensos por parte de autores, tradutores e até céticos do tema. Sem ainda mesurar os problemas de atmosfera poética, que seria necessário exprimir e revelar em outra língua. Vale lembrar que alguns dos maiores escritores na sua língua (citemos apenas como exemplo, Manuel Bandeira e Jorge Luis Borges), já foram ótimos tradutores, e até valorizaram sua própria obra com prêmios e reconhecimentos neste exercício.
Mas a ideia não seria discutir o extenso questionamento histórico e sim me deter, desta vez, em apenas uma palavra que, mesmo tendo seu “equivalente” traduzível em diversos outros idiomas, seu amplo sentido parece incompleto ou se perde em parte.
Assim como existe a intraduzível e conhecida “saudade” em português, onde parece impossível achar um equivalente tão representativo em outra língua, lendo um texto do filosofo Mario Sergio Cortella (que já fez palestras em Rio do Sul), percebi que a palavra “nosotros”, do espanhol, não consegue representar seu completo sentido quando traduzida... Assim como já disse Dante Milano, um dos excelentes tradutores da Divina Comédia: "a linguagem de um poeta não pode ser trasladada a um outro idioma; pode-se traduzir o que ele quis dizer, mas não o que ele disse".
Senão