Prova de teoria da comunicação 2

Professor: João Maia (UERJ)

1 - Na análise dos relatos de viagem de Lévi-Strauss, Rabinow e Baudrillard, Beatriz Jaguaribe percebe o processo de esmorecimento da exaltação do exótico, substituído pelo desconforto com a percepção de uma "modernidade periférica semelhante e, ao mesmo tempo, desgovernada" (p. 177). Especialmente as narrativas desses dois últimos aparecem como "antiepifânicas, desprovidas de um arrebatamento que transporte esse sujeito acima de sua própria subjetividade esvaziada" (p.179). Comente a transformação do olhar do viajante diante do Rio de Janeiro, nas últimas décadas, e as dificuldades em vivenciar, experimentar uma nova cidade no mundo contemporâneo.

O viajante dos anos 30, exemplificado por Lévi-Strauss, veio encontrar no Rio de Janeiro uma cidade urbanizada nos padrões franceses, devido à reforma feita por Pereira Passos no início do século XX, com arquitetura, costumes e indumentárias importados e tidos como padrão de beleza e riqueza. A cidade havia passado por uma reforma, e o exótico, anteriormente buscado pelos etnógrafos, já não existia mais na cidade. Porém, na cultura popular, mais nacionalizada a partir dos anos 20, com o movimento modernista, e ufanista, e a dos anos 30, a partir do movimento nacionalista, estimulada por Getúlio Vargas, era por eles encontrada a diferença a que vieram observar. E nos anos 50 perpetuou-se esse mix entre cultura popular e exuberância, fato que atuou na consolidação do Rio de Janeiro como ´cidade cartão-postal´. Desconsiderando-se as particularidades do modelo brasileiro de socialização, os visitantes se deparavam aqui com “pré-modernidades, modernidades e pós-modernidades, todas incompletas e justapostas” (p.172).

Já, dos anos 80 até hoje, o empacotamento turístico da cidade passou a mascarar essa cultura, enchendo os turistas com “badulaques” e bugigangas exóticas e arquetípicas que representariam a cultura nacional, que, pela interferência dos meios de comunicação de massa já tem