Proposta de intervenção pedagogica
Não difícil estabelecer um elo entre a concepção de educação e o estatuto da natureza, no Emílio, do Rousseau, visto que se trata de algo singular e visível ao longo de seu primeiro livro - nosso objeto de estudo -, pois há uma relação intrínseca com seu projeto educacional. O que queremos mostrar é a maneira na qual o Rousseau interliga conceitos que vão além de uma teoria pedagógica diferenciada, mas que é capaz de pôr em questionamento as maneiras de se preceder uma formação e que se utiliza sabiamente as situações existentes.
Sabe-se que o Emílio não se trata de um manual, no entanto, são visíveis e inegáveis as maneiras nos quais encontramos exemplos de ações pedagógicas, sobretudo na prática do preceptor. Notamos ainda que a educação é visto por um processo formativo da natureza e ao mesmo tempo como uma atividade da sociedade nos quais se complementa por suas instituições (esse último é aparente nos demais livros).
Rousseau entende a educação como um meio no qual é possível moldar o homem, nesse sentido, a infância representa uma fase fundamental da vida, pois é o momento em que se pode conhecer as reais necessidades, além disso, representa uma etapa no qual tem a oportunidade de aprender e se adequar enquanto homem.
A educação se dá de três formas distintas, a saber, i) natureza, ii) homens e iii) coisas. A primeira é por meio do desenvolvimento interno das faculdades e órgãos, enquanto a segunda se caracteriza pela mediação entre o estado natural e o estado civil, a última por nossa experiência individual com as coisas que nos são apresentadas. No entanto, Rousseau faz críticas a esse processo de formação do homem, consequentemente, a educação de sua época.
Afirma que a educação é uma arte, e que, inicialmente, não temos responsabilidades com seus resultados, por isso, é importante se contar com a sorte. Nesse sentido, é necessário que haja uma direção,