projeto integrador
ÉTICA NA POLÍTICA: CASO RENAN CALHEIROS
Segundo o Senador Renan Calheiros, “a ética não é fim, mas meio”. De modo coerente com sua conduta, o Senador expressou uma das máximas do utilitarismo bruto e ingênuo: “os fins justificam os meios”. No caso do Senador, quais seriam os “fins” permanece algo misterioso, mas se tivermos boa vontade, podemos supor que seja a promoção do “bem comum”, a governabilidade do país, o desenvolvimento social, etc.
A ética não é objetivo em si mesmo. O objetivo em si mesmo é o Brasil, o interesse nacional. A ética é meio, não é fim”.vale a pena dissecá-la, pois a partir dela acredito que possamos compreender melhor a identidade dessa tal moral e ética que parece vigorar nas relações políticas brasileiras no cenário atual.
Quando leio a primeira sentença da frase, “a ética não é objetivo em si mesmo”, lembro que Aristóteles pregou que a política era a arte superior às demais, por ser mais capaz de determinar as ações humanas, haja vista que o comportamento dos cidadãos e do Estado estaria subordinado às decisões políticas. Ora, se realmente isto for verdade, na busca de uma alma corruptível para ser elevada a uma alta esfera de decisão política, logicamente alguém que tenha elevado conceito moral mais irá atrapalhar do que favorecer sua ascensão, pois, também disse Aristóteles: “As virtudes éticas visam o domínio da alma sobre o corpo e as suas paixões”.
Assim, neste jogo político em que as decisões primordialmente favoreçam grupos de interesses, ao invés da sociedade, não seria aconselhável indicar quem tenha sobre si a pressão para uma conduta ética que reprima suas paixões. Melhor seria indicar alguém de moral claudicante, trôpego em sua biografia, porque assim abre-se o caminho para o jogo do vale-tudo, do toma-lá dá-cá, no qual ter escrúpulo não é virtude, mas um pecado.
Continuando está crítica, a segunda sentença da frase diz: “O objetivo em si mesmo é o Brasil, o interesse