Professora

343 palavras 2 páginas
Oseminário “O ato psicanalítico”, que Lacan ministrou no ano letivo de 1967/68, foi um ensino difícil, além de conturbado pelas questões políticas daquela época: às vésperas da ruptura de Lacan com a ENS (Escola Normal Superiora), ele foi interrompido pela greve geral dos estudantes e dos trabalhadores na França.
Neste seminário, Lacan insistia sobre a importância do conceito de Ato na teoria psicanalítica. Para ele, um ato tem sempre a ver com a palavra e com o corte. Como palavra – significante – ele é representante do sujeito. Como corte, ele é uma função, uma operação no sentido matemático do termo. Sua topologia é precisa: ela envolve um vazio. O psicanalista, por sua vez, também é colocado em um lugar vazio – lugar de desejo para o analisando. A transferência seria uma forma de atuação e de atualização do inconsciente. Assim, o ato psicanalítico pode ser considerado como criador do sujeito do desejo.
Por sua estrutura estar marcada pelo corte, o ato psicanalítico também é falho e, sempre, incompleto. Ao contrário do “ato médico”, que promete ser a voz da verdade absoluta, o ato psicanalítico é declaradamente portador da falta! Alguma coisa, nele, necessariamente abre, questiona, e essa
“coisa” é da ordem do inconsciente. Obedecendo a uma lógica outra, a lógica do inconsciente, o ato psicanalítico é sempre um ato da palavra falada, mesmo que tenha efeitos visíveis e conseqüências no imaginário do corpo e no real da estrutura do sujeito.
Precisar a estrutura do ato psicanalítico nos permite formular questões fundamentais para a compreensão do andamento de cada psicanálise.
Esta seção temática foi realizada pelo Seminário de topologia da
APPOA. Durante todo o ano de 2005 e o primeiro semestre de 2006, estivemos estudando “O ato psicanalítico”, de Lacan, e os textos por ele mencionados no mesmo. Todos os participantes do Seminário se envolveram em pesquisas, apresentações e revisão dos textos aqui publicados. A eles, nosso

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