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Serviço Social em Tempo de Capital Fetiche
Marilda Iamamoto

Vivemos em uma sociedade que se reproduz enquanto uma imensa “coleção de mercadorias”, faz com que a mercadoria seja relação social predominante entre os indivíduos. Como, entre as características decisivas da mercadoria, está o desprezo da utilidade dos produtos do trabalho na mesma proporção do predomínio do lucro, sobre o valor de troca, sobre o valor de uso. Uma sociedade mercantil é aquela na qual a produção tem por objetivo não as necessidades humanas, mas o lucro.
Com a crise estrutural do capital que se instaura a partir dos anos 70, a manutenção de uma sociedade que se reproduz pela mediação da reprodução da mercadoria impõe aos seres humanos uma vida crescentemente alienada em dois sentidos: As necessidades humanas comparecem de modo cada vez mais débil na produção social e por outro lado a produção perdulária e destrutiva torna-se a expressão predominante da desumanidade do capital. É neste conjunto de fatores que se baseiam as determinações fundamentais que articulam hoje, o trabalho, a totalidade social e a reprodução dos indivíduos.
O trabalho constrói para o ser sua identidade, modos de agir e de pensar, ou seja, uma maneira especificamente humana de se relacionar com as circunstancias objetivamente existentes, delas se apropriando, tendo em vista a consecução de fins propostos pelo sujeito na criação de objetivos capazes de desempenhar funções sociais, fazendo nascer valores de uso.
O Assistente Social é um ser prático – social dotado de liberdade, porém, esta condição é tensionada pelo trabalho assalariado que submete esse trabalho aos dilemas da alienação. É submetido ao poder dos seus empregadores, o que acaba restringindo a relativa autonomia do Assistente Social.
Nesse campo de tensões, que se realiza o trabalho profissional carregando, em si, as contradições sociais atinentes a qualquer trabalho na sociedade capitalista.
A ontologia marxista dirá que o ser social é formado por