PROCESSO ARTÍSTICO - 3 - OS BONECOS - GUILHERME AQUINO
Na antiguidade, o homem primitivo, utilizava objetos, máscaras, ou até mesmo imagens para simbolizarem elos dentre eles e seus deuses, e assim assumiam poderes e recebiam suas entidades para seus rituais. Desta forma, podemos concluir que esta pode ser considerada a primeira manifestação do teatro de animação, ou neste caso, do teatro de bonecos. Segundo AMARAL (1996):
Assim como o teatro se afastou do proscênio e avançou em direção ao público, movimento semelhante aconteceu quando o teatro de bonecos se libertou dos biombos. Os manipuladores abandonaram seus redutos fechados, os palquinhos, para atuarem também em cena aberta (AMARAL: 1996, p. 29).
Essa libertação possibilitou a questão de diferenciar o boneco do humano, de separar ambos sem que se perda a qualidade deste; o boneco se assemelha ao homem, mas sem igualar-se a ele; este, o boneco, não deve ser uma cópia do humano, mas sim, ter suas particularidades e possibilidades de movimentação, por exemplo, que apesar de assemelharem-se ao real, são tecnicamente mágicas e por muitas vezes, impossíveis igualá-las ao humano; o diferencial que sobressalta nele é esta irrealidade e possibilidade de poder se movimentar ou agir não de forma comum, natural, semirreal, mas assumir suas características e consequentemente deter estes poderes sobrenaturais que o valorizam e enriquecem mais ainda, fazendo com que a visualização de ambos, manipulador e boneco, não desvalorizem o produto, mas que pelo contrario , enriqueçam ainda mais o trabalho em sua proposta final (CRAIG 1992).
O ator é visto, mas o ator manipulador não, e quando este realmente é visto, sua imagem deve ser neutra, diferenciando assim a imagem do manipulador da imagem do boneco, que quando bem manipulado, sempre “neutraliza a presença do ator” (AMARAL; 1996; p 81).
A real função bonequeiro manipulador é de dar vida a o outro ser ou objeto, e não apresentar-se presente; este manipulador deve usufruir de suas habilidades para