PROBLEMA 7
ASCENDENTES
Os neurônios-relés (talamocorticais) dos núcleos específicos do tálamo apresentam dois modos de operação: um "modo de transmissão" e um "modo de disparo em salvas" (Figura 16.15). O primeiro é característico da vigília, e consiste na permanente ativação das vias talamocorticais pelas sinapses excitatórias (glutamatérgicas) das fibras aferentes. Os potenciais de ação que chegam pelas fibras provenientes da retina, por exemplo, quase sempre provocam potenciais pós-sinápticos excitatórias nos neurônios do núcleo genicuiádo lateral, que por sua vez provocam a ocorrência de potenciais de ação conduzidos ao córtex visual. O mesmo ocorre com os neurônios auditivos, somestésicos etc. É necessário que esses neurônios sejam mantidos com um alto nível de excitabilidade, "à flor da pele", por assim dizer. É isso que garante a constante transmissão das informações sensoriais e outras informações ascendentes ao córtex cerebral. O modo de disparo em salvas é diferente e característico do sono: os neurônios-relés tomam-se menos excitáveis e só conseguem disparar potenciais de ação de tempos em tempos, em salvas periódicas (Figura 16.15B), e não constantemente, de acordo com a chegada contínua e irregular de impulsos aferentes. A explicação para os dois modos é simples: durante a vigília, os neurônios talamocorticais são mantidos ligeiramente despolarizados, com o potencial de membrana próximo ao limiar de disparo. A transmissão sináptica é altamente eficaz nessas condições, e resulta na ativação massiva dos dendritos das células corticais: por isso o EEG da vigília é dessincronizado (Figura 16.15A). Muitos dendritos de cada neurônio geram PPSEs em tempos ligeiramente diferentes, e todos estes confluem em todas as direções para o corpo celular. Durante o sono, entretanto, os neurônios talamocorticais ficam hiperpolarizados, com o potencial de membrana longe do limiar. A transmissão sináptica torna-se muito menos eficaz, os