Preconceito e Classe Social
Os estudos sobre escravidão brasileira sempre suscitaram debates e discussões ao longo dos tempos. Questões como, preconceito racial, cidadania, diretos humanos, entre outras são fundamentais na tarefa primordial do historiador de compreender tal sociedade historicamente, como nos remonta Marc Bloch, “a história é o estudo do homem no tempo”, sendo necessário um estudo aprofundado de tais posicionamentos como fundamentais na formação de uma sociedade como a brasileira.
Alguns estudiosos se preocuparam em analisar tais questões contribuindo assim para um melhor entendimento da nossa sociedade, dentre eles destacamos o texto de Lilia Moritz Schwarcz Nem preto nem branco, muito pelo contrario: cor e raça na intimidade (1998), que busca fazer uma análise de tais conceitos com base em clássicos da historiografia brasileira tais como Raízes do Brasil de Sergio Buarque e Casa Grande & Senzala de Gilberto Freire. A autora inicia suas análises com o livro contos para crianças, publicado no Brasil em 1912, onde o tema central é como uma pessoa negra pode tornar-se branca, onde de acordo com ela há: “Nesse caso a insistência na idéia de branqueamento, o suposto de que quanto mais branco melhor, fala não apenas de um acaso ou de uma ingênua coincidência, presente nesse tipo de narrativa infantil, mas de uma série de valores dispersos na sociedade e presentes nos espaços pretensamente mais impróprios. A cor branca, poucas vezes explicitada, é sempre uma alusão, quase uma benção” (SCHWARCRZ,1998. p. 176).
Tal posicionamento nos mostra que o momento histórico de publicação do conto, foi propício para tais encaminhamentos em defesa do branqueamento da nação, sendo promovidos estudos e congressos em busca de conclusões acerca deste tema. O conceito de raça no Brasil, jamais foi neutro, sempre associando a uma imagem particular do país.
O exercício de reflexão elaborado pelos historiadores deve ser permeado de questionamentos uma vez que