"prece"
Poema “Prece”
1. O sujeito poético caracteriza um presente marcado pela indolência, pelo “silêncio hostil” e sem capacidade de sonhar em contraste com um passado de “tormenta e vontade”. É apresentado um Portugal em decadência e dominado pelo desanimo. Após as conquistas do mar tudo o que resta é o silêncio e a saudade.
2. Na segunda estrofe, a chama representa a esperança. O poeta acredita que ainda é possível recuperar o passado grandioso e avançar para um futuro positivo. A esperança ainda não esta perdida e ainda está viva, assim como a chama da vida. A repetição remete ainda para a ideia de que nada está perdido, de que a chama ainda pode ser ateada. A mão do vento pode erguer novamente a chama (a esperança), porque enquanto há vida há esperança, e esta ainda pode ganhar força, tal como o fogo quase extinto, que dorme debaixo do “frio morto em cinzas”.
O sujeito poético deposita a esperança num futuro promissor, espera que uma súbita aragem volte a erguer o que se havia perdido até então.
3. Na última estrofe, o sujeito poético faz um apelo, e pede que um «sopro» divino ajude a atear a “chama do esforço”, ainda que se tenha de pagar com «desgraça» ou suportar o peso da «ânsia». Permanece o desejo de sermos de novo grandes entre nações, de conquistar a distância. A conquista da distância não tem de ser necessariamente o mar, mas sim “nossa”, porque é o caminho para o conhecimento. No último verso reforça-se a ideia de que é necessário procurar a identidade e o prestígio nacionais perdidos. A simbologia encontrada encontra-se na crença da ave lendária que renasce das próprias cinzas. Assim como a ave (Fénix) renasce das próprias cinzas, Portugal pode também ressurgir de novo.
4. Na mensagem, o sujeito poético lamenta o presente de cinzas e pede ajuda divina para que Portugal alcance a glória e se expanda pelo mundo. Do mesmo modo Camões pede também ajuda suplicando aos deuses que auxiliem Portugal na conquista do mar.
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