PRAXISMO E PRODUTIVISMO TECNOL GICO

PRAXISMO E PRODUTIVISMO TECNOLÓGICO
Ao iniciar o capítulo, Reale diz que “O praxismo e o tecnologismo constituem as manifestações mais evidentes do mal-estar atual [...]” Tal afirmação se dá no sentido de que por “Praxismo e produtivismo tecnológico” compreende-se uma valorização quase que divina da técnica, porém, não desta como um meio para um fim, mas justamente o oposto.
O homem moderno carece do sendo de que as coisas devem ser contempladas, de que seus conceitos devem ser analisados, a mentalidade de “progresso”, “produção” e do “saber” sem sentido ou alma, já apresentado ao abordar o cientificismo. Tendo nos apresentado este mal, Reale recorre à sua explicação, seu surgimento, que remonta às raízes do Humanismo e do Renascimento, aonde era valorizada a vida ativa em detrimento da vida contemplativa. Reale relaciona também as teorias de Bacon, que propunha que o saber era poder, o que viria a originar o “fundamento da técnica” que promete que cedo ou tarde todo problema humano será resolvido pelos chamados especialistas, que converteriam o saber em várias intervenções.
Bacon, aos olhos de Popper, não poderia ser classificado como cientista, pois seu nome não está ligado a teoremas especiais e teorias empíricas, mas sim como um profeta devido o seu orgulhoso anúncio da era industrial. Bacon, em sua Novun Organum prevê e proclama os futuros acontecimentos que resultariam em uma era de ciência e tecnologia: nossa era. Reale nos cita as analises de Lorenz, que disse que nos dias atuais muitos já tem consciência dos perigos que ameaçam a humanidade por causa do desenvolvimento tecnológico, porém a maioria está habituada a pensar de modo “tecnomorfo” e está convencida de que todo desenvolvimento gera valores novos. Analisando outros teóricos percebemos que não podem surgir, porém tais valores não são consequências necessárias do desenvolvimento. Esse conceito de desenvolvimento apresentado é vazio, sem vida, não possui um fundo moral, não incita a contemplação,