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Leia este poema, de Carlos Drummond de Andrade, e responda às questões 1 a 7.
No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho no meio do caminho tinha uma pedra.
(In: Alguma poesia. Rio de Janeiro: Record.)
Quando foi publicado pela primeira vez em 1928, numa revista paulista, esse poema de Drummond provocou escândalo. O poeta certamente desejava chocar a crítica literária e o público da época, acostumados a um tipo de poesia convencional, com rimas, métricas etc. Os versos livres, as repetições de palavras e ideias, bem como a opção pela coloquialidade linguística, são algumas das inovações desse poema.
1) Que versos, palavras e expressões se repetem no poema?
2) A classe dos advérbios e locuções adverbiais desempenha um papel de destaque na construção do poema. Identifique alguns advérbios e locuções adverbiais.
3) Qual destes valores semânticos a expressão no meio do caminho tem: tempo, lugar, modo ou causa?
4) O poema faz um jogo entre dois elementos essenciais, pedra e caminho, que assumem valor metafórico no texto. Considerando o poema como um todo, indique outros sentidos possíveis para essas palavras, além de seu sentido denotativo.
5) Observe, neste esquema visual da 1ª estrofe, a posição que a palavra pedra e a locução no meio do caminho ocupam nos versos: no meio do caminho................ pedra
................... pedra no meio do caminho
................... pedra no meio do caminho ................... pedra
Verifique que o esquema pode ser lido na horizontal, na vertical e transversal, sem grandes alterações. O que ocorre espacialmente com a palavra pedra e com a locução no meio do caminho