Portugues
TEXTO 1
Pensamos não como página aberta, mas como hipertexto em metamorfose.
A linha de evolução da humanidade ofereceu em tempos diversos a prioridade a órgãos diferentes como fundamentais à comunicação. Quando ainda não se havia inventado a escrita, toda comunicação se fazia pela boca e esta simbolizava a essência da comunicação. Malditos eram os que rogavam pragas, e não se podia pensar em castigo maior que a imposição do silêncio.
Mais tarde, no cenário da escrita, a mão substituiu a boca, e toda a grandeza se fez em torno dos imortais, pelos textos escritos que deixaram. Exaltou-se o escrever “de próprio punho”, desenvolveu-se acurado sistema de estudo caligráfico e descobriu-se que nada expressa melhor a identidade da pessoa que sua assinatura.
Na era da informática que chega até nós, a importância da comunicação rapidamente vai substituindo as mãos pelos olhos, e a visão passa a constituir órgão soberano nos emails que se enviam, no hipertexto que se cultua. Num mundo globalizado e em muitos aspectos virtual, a boca pouco vale, e as mãos passam a ser apenas instrumento da visão. É de se acreditar que a evolução pare por aí, não porque ainda faltam órgãos para isso, mas porque o hipertexto simboliza a própria forma de pensar.
O que significa um hipertexto? O hipertexto, nova forma de escrita e de comunicação no mundo da informática, é uma espécie de metáfora na qual a informação se apresenta através de uma rede de nós interconectados por inúmeros links, a qual permite livre navegação não-linear por parte do leitor. É uma página absolutamente diferente de uma página textual, nela se descobre metamorfose permanente
– pois muda a cada instante –, grande heterogeneidade – os nós do hipertexto são compostos por diversos conteúdos
– e imensa multiplicidade, pois qualquer nó da rede, mesmo isolada das demais, contém uma nova rede e, principalmente, grande mobilidade dos centros. Assim, ao invés de uma