Portugues
Logo que entrei para a Faculdade, meu avô me levou para lanchar numa confeitaria chique para uma comemoração.
- Sai mais barato que uma janta – disse ele, sempre querendo passar por ranzinza.
Mas eu conhecia aqueles olhos que nunca tinham me mentido e respondi:
- Está bem, Vô, se o seu dinheiro não der para pagar a conta, eu o deixo lavando a louça e vou embora.
- Nesse caso vou fingir que sou um idoso doente explorado pelo seu único neto. Provavelmente vão linchá-lo.
- Melhor então é a gente fazer o pedido - eu quero uma fatia daquela torta ali, ó, a mais cara de todas - e deixar isso para lá.
- Você acaba de dar um grande passo, hoje nada é demais para você.
- Obrigado, Vô, mas colho a ocasião de lhe perguntar de onde veio o nome deste tipo de estabelecimento.
- Confeitaria deriva do Italiano confitto, “docinho”, do Latim confectum, “feito, fabricado”, de com, “junto”, mais o particípio passado do verbo facere, “fazer”. Um confeito é algo como um grão, como o amendoim, ou um pequeno glóbulo de doce revestido com uma camada também doce. O estabelecimento que vendia essas iguarias, além de outras coisas, levou esse nome.
- E os confetes?
- Parece que eles começaram como pequenos doces que eram atirados pelas pessoas em certas festas. Depois, para baratear e para fazer menos meleca no chão, passaram a ser bolinhas coloridas de gesso e mais tarde de papel.
- Falando em lugar onde a gente mata a fome, e o que o senhor me diz de restaurante?
- Esse vem do Latim restaurare, “renovar, reparar”, de re-, “de novo”, mais staurare, “estabelecer”. Isso porque se tratava de um lugar onde as pessoas restauravam as forças durante as longas jornadas das viagens de antigamente.
- O senhor fazia muitas dessas?
- Fiz bastante e ainda me ficaram forças para puxar as orelhas de certos espertinhos. Mas não me distraia, que estou me lembrando de um sinônimo de restaurante, usado pelos nossos primos de Portugal: Casa de Pasto.
E não venha com gracinhas;