portugues
- Objetividade no tratamento dos temas abordados. O escritor parnasiano trata os temas baseando na realidade, deixando de lado o subjetivismo e a emoção;
- Impessoalidade: a visão do escritor não interfere na abordagem dos fatos;
- Valorização da estética e busca da perfeição. A poesia é valorizada por sua beleza em sí e, portanto, deve ser perfeita do ponto de vista estético;
- O poeta evita a utilização de palavras da mesma classe gramatical em suas poesias, buscando tornar as rimas esteticamente ricas;
- Uso de linguagem rebuscada e vocabulário culto;
- Temas da mitologia grega e da cultura clássica são muito frequentes nas poesias parnasianas;
- Preferência pelos sonetos;
- Valorização da metrificação: o mesmo número de sílabas poéticas é usado em cada verso;
- Uso e valorização da descrição das cenas e objetos.
NO MAR LAGO
Ó lua bendita
Que vens clarear
A sombra infinita
Da noite no mar!
Como princesa encantada
Que um leve sonho conduz,
Surges do mar, coroada
De um ninho de ouro e de luz.
Surges; e à tua presença,
O céu, criado por ela,
De dentro da noite imensa
Surge, e se azula, e se estrela.
Ó lua bendita
Que vens clarear
A sombra infinita
Da noitr no mar!
Surgida do mar infindo,
O infindo céu te seduz
- Campo em flor que vês fulgindo
Em flores de ouro e de luz;
Teu passo, lento, caminha...
Onde vais? É longe? É perto?
Sobes, absorta e sòzinha,
Pelo azul, vasto e deserto.
Ó lua bendita
Que vens clarear
A sombra infinita
Da noite no mar!
Lua, lua, não te apresses:
Mais sobes, mais se reduz
No alvor em que empalideces
Teu nimbo de ouro e de luz...
Onde o teu caminho te arrasta?
A que destino? A que têrmo?
Segues... A noite é tão vasta
Pelo azul do céu tão êrmo...
Ó lua bendita
Que vens clarear
A sombra infinita
Da noit no mar!
Tão alto que tu subiste!
Tão longe!... Do céu a flux,
Vagueias, pálida e triste,
Entre as flores