portugues
Foi um importante escritor modernista da primeira fase, apesar de não ter participado da SAM, integrando o grupo somente em 25. Produziu prosa ficcional, renovando sua estrutura para construir histórias curtas e do cotidiano. Privilegia o imigrante, principalmente o italiano, e sua fusão, ampliando o universo cultural de São Paulo.
Apesar de não ser tão radical como os outros modernistas contemporâneos seus, usava uma linguagem em seus contos que se aproximava muito do falado. Seus personagens do livro de contos Brás, Bexiga e Barra Funda falavam uma mistura de italiano e português. Retrata uma realidade citadina e realista, num tom divertido, enfatizando a vida difícil dos imigrantes e sua ascensão.
Nunca chegou a completar seu romance Mana Maria, que foi publicado um ano depois de sua prematura morte. Pouco antes do fim da vida, rompeu relações com Oswald de Andrade por motivos ideológicos, ao mesmo tempo em que sua amizade com Mário de Andrade se estreitava.
Brás, Bexiga e Barra Funda - contos com fragmentação de episódios, até registro de cenas sem interesse, mapeamento de São Paulo, exótico nos nomes das personagens, menção a produtos de consumo da época, gírias esquecidas etc.
Ali na Rua Oriente a ralé quando muito andava de bonde. De automóvel ou carro só mesmo em dia de enterro ou casamento. Por isso mesmo o sonho de Gaetaninho era de realização muito difícil. Um sonho. (...) Gaetaninho saiu correndo. Antes de alcançar a bola um bonde o pegou. Pegou e matou. / No bonde vinha o pai do Gaetaninho. / A gurizada assustada espalhou a notícia na noite. / Sabe o Gaetaninho? / Que é que tem? / Amassou o bonde! / (...) às dezesseis horas do dia seguinte saiu um enterro da Rua do Oriente e Gaetaninho não ia na boléia de nenhum dos carros do acompanhamento. Ia no da frente dentro de um caixão fechado com flores pobres por cima.
Laranja da China - luso-brasileiro toma o lugar do italiano, ainda na linha do cotidiano em suas