Portugues
LEFFA, Vilson J. Análise sintática; ensinando o que não se sabe para quem já sabe? In: FORTKAMP,
Mailce Borges Mota; TOMITCH, Lêda Maria Braga (Orgs.) Aspectos da lingüística Aplicada; estudos em homenagem ao Professor Hilário Inácio Bohn. Florianópolis: Insular, 2000. p. 203-228.
ANÁLISE SINTÁTICA:
ENSINANDO O QUE NÃO SE SABE PARA QUEM JÁ SABE? Vilson J. Leffa, UCPEL
INTRODUÇÃO
O objetivo deste trabalho é investigar o efeito do ensino da análise sintática a longo prazo. Busca-se saber até que ponto a instrução que os alunos possam ter recebido no primeiro e segundo graus permanece quando eles chegam à universidade, levando em consideração não questões de terminologia e metalinguagem, mas conceitos fundamentais na segmentação da frase complexa. Para isso foi delineado um estudo transversal, tendo como tarefa a segmentação de diferentes tipos de coordenação e subordinação por alunos da quarta série do primeiro grau até o nível universitário. Inicialmente, na parte da revisão teórica, verifica-se que apesar da reconhecida importância da segmentação no processamento da língua, há uma escassez muito grande de estudos empíricos na área, quando se trata da segmentação de orações. O que se encontrou são respingos de abordagens teóricas que podem ter um impacto maior ou menor no processamento das frases complexas, tais como a Gramática de Estados Finitos, ressuscitada por
Brazil (1995), a Gramática de Valências (ex.: Borba, 1996) e as propostas das gramáticas pedagógicas, geralmente com ênfase nos indicadores formais de coordenação e subordinação (ex.: Quirk et al., 1985). As limitações e vantagens dessas abordagens é o que se pretende discutir no levantamento dessa literatura, levando à conclusão de que quando se ensina análise sintática aos alunos ensina-se algo que não se sabe explicitar.
Para medir o impacto desse ensino nos alunos, delineou-se um estudo transversal, usando como